Atualizado pela última vez em 5 de maio de 2025
Existe um ditado que diz:
“Quando o aluno está pronto, o professor aparece.”
Mas esse professor nem sempre é alguém sábio ou inspirador.
Às vezes, ele chega em forma de crítica.
De frustração.
De alguém te dizendo uma verdade que você não quer ouvir.
E, se você estiver com o coração aberto, esse momento vira um espelho.
Achei essa frase bonita. Reflexiva. Inspiradora.
Mas, na prática…
“Coração aberto” é só um jeito mais elegante de dizer que você cansou.
E esse espelho, na verdade, é a vida — mais uma vez — escancarando tudo o que você vem tentando evitar.
Depois dos 40, esse espelho parece ter crescido.
Ele não mostra só o rosto — mostra a bagunça atrás de você, os cantos empoeirados que antes dava pra ignorar.
É como se a vida tivesse ampliado o reflexo — e agora não dá mais pra fingir que não está vendo.
Então, voltando: o que significa, afinal, ter esse tal “coração aberto”?
Ou ser o “aluno pronto”?
Significa que caiu a ficha.
Você cansou de repetir os mesmos erros.
Cansou de andar em círculos.
De viver no piloto automático.
De justificar o que já não se sustenta mais.
Significa que, aos poucos, você está deixando de ser reativo.
Está parando (ou começando a parar) de culpar, de adiar, de mentir pra si mesmo.
E é nesse momento que o professor aparece.
Às vezes como dor.
Às vezes como uma conversa difícil.
Às vezes como uma frase que te atravessa no meio de um dia qualquer.
Ele não traz uma resposta pronta.
Ele é o processo.
Ele é tudo aquilo que você antes ignorava — e agora tem coragem de olhar de frente.